6 Julho
The Naked and Famous |
Avaliação: 8/10
A apresentação de Passive Me, Agressive You foi bastante bem recebida pelo público. O palco superbock esteve mais cheio do que eu pensei que estaria para ouvir TNAF, o que só prova o hype que tem girado à volta destes moços, e moça. De facto, a fama deste grupo tem vindo a aumentar exponencialmente desde que foram apresentados aqui no Indi(e)ferente quando ainda morava no Tumblr. Deste concerto pode dizer-se que começaram e acabaram bem, os quatro singles lançados com video foram os mais aplaudidos pelo público. "All of This" e "Punching in a Dream" abriram e "Girls Like You" e "Young Blood" fecharam.
O pouco que apanhei de Avi Buffallo teve tanto a ver com razões de prioridade musical como por me sujeitar a ter que ficar surdo com a voz um pouco esganiçada do rapaz assim como olhar para o seu traje muito pouco Long Beach. Twilight Singers foi o que me arrebatou ao palco principal, visto que Grouplove iria tocar a seguir. A energia e empatia dos Grouplove com o público é fenomenal, musicalmente não o consideraria o o melhor concerto e pior quando é marcado por problemas técnicos, mas isso também não é culpa deles. "Itchin on a Photograph" surgiu lá pelo meio e "Colours" fechou o óptimo concerto, agora era correr para o palco superbock onde começava James Blake.
James Blake |
Avaliação: 9/10
Esta foi sem dúvida a surpresa do dia, como podem imaginar. Para quem conhece bem a música deste tímido rapaz, sabe que esta é um espelho dele próprio. Intima, tímida e com alma, a música vai surgindo aos nossos ouvidos como emoções no coração ou pensamentos na cabeça. Como já tinha referido antes noutro post, o pós-dubstep é o terreno base da música de Blake, mas se há pessoa que consegue mostrar mais coração e alma que música é ele, ou digam lá que os graves não vos fizeram sentir qualquer coisa cá dentro? "CMYK" não vos fez tirar os pés do chão? "Wilhelm's Scream" não vos pôs todos a cantarolar em coro? E quem é que ainda não conhece "Limit to your love"? Nunca imaginei que este tipo de música tivesse o impacto que teve num ambiente tão desadequado. Brilhante.
Quem vinha a seguir era Anna Calvi que mesmo depois de todo o hype em volta desta artista e da sua música, nunca lhe dei muito valor, e apesar de não ter visto o concerto inteiro, posso dizer que era uma opinião infundada de quem nunca viu esta senhora ao vivo. Com uma energia para dar e vender escondida pela figura frágil, abre o concerto com um solo de guitarra eléctrica que deixou o público a salivar pelo que viria a seguir. Para quem gostou deste concerto fiquem a saber que Calvi já tem concertos marcados para o Porto dia 12 no Hard Club e dia 13 em Lisboa no Lux.Com alguma pena minha tive que deixar este concerto porque outras prioridades se impunham, nomeadamente, Coldplay. A prioridade destes festival para muitos, que fizeram chegar a lotação do festival neste dia a cerca de 52 mil pessoas.
Coldplay |
Avaliação: 8/10
Só para terem uma ideia o público de Coldplay quase que chegava ao Palco Optimus Clubbing, e isto é bastante mesmo. Era impossível furar, todos queriam ver Chris Martin de perto, ou não fosse esta uma das bandas mais conhecidas da actualidade e com um óptimo repertório de músicas. Apesar disto, confesso que só fui ver por ser uma oportunidade que tão cedo posso não voltar a ter e porque tinha que ouvir a "Clocks". Foi um concerto todo à espera do encore, passou "Yellow", passou "The Scientist" mas foi à "Clocks" que me rendi. O fogo de artificio e as bolas voadoras e saltitantes animaram o espectáculo e puxou ainda mais pelo público tornando o concerto de certa forma mais entusiasmante, pena não ter havido noutros concertos.
These New Puritans era o alvo agora, e após uma breve aparição em directo para a Sic Radical, deparei-me com uma plateia completamente despida, não éramos mais que 40 ou 50 pessoas, que assistíamos ao concerto mais intimista e ao mesmo tempo frenético e apoteótico deste festival.
Patrick Wolf |
Avaliação: 7.5/10
A segunda surpresa da noite, o pouco que conhecia deste senhor não me inspirava que viesse a ser o espectáculo que foi. A sua excentricidade, o seu carinho pelo público, e a sua camisa preta com bolinhas brancas foram o que mais atraiu gente ao palco superbock. De facto, no inicio do concerto não eram muitos os que assistiam, mas à medida que o concerto foi decorrendo o palco superbock foi-se compondo e chegou ao fim com "The City" e com bastantes aplausos. Patrick Wolf teve ainda a gentileza de abrir o seu concerto com "Yellow", cover dos Coldplay que haviam acabado de tocar no palco optimus.
Example era o último a tocar neste primeiro dia, e a variedade de estilos musicais, muitos deles do meu gosto pessoal como o Grime, Dubstep ou Hip Hop, não foram capazes de me agarrar neste concerto, visto que apesar dessa variedade há ali um travozinho a comum e mainstream que não me satisfaz muito. Chegava ao fim o primeiro dia, estava na hora de ir para casa e começar a pensar no melhor e pior deste dia. O melhor foi sem dúvida a surpresa musical de James Blake, o pior, e é sempre difícil dizer isto mas posso dizer que foi não ter visto Debbie Harris e os seus Blondie tocarem. Infelizmente, nestes festivais têm de ser feitas escolhas que nem sempre são as mais acertadas. Agora é dormir, porque amanhã espera por mim.
7 Julho
O segundo dia previa uma enchente com Foo Fighters como cabeça de cartaz. Mais uma vez comecei o frenesim de música no palco superbock a meio do concerto de Crocodiles. Vibrações psicadélicas combinadas com rock'n'roll surfista era como arrancava o dia, solarengo lá fora (da tenda claro). A seguir vinha um dos concertos que mais ansiava ver, Everything Everything.
Everything Everything |
Avaliação: 6.5/10
Foi um concerto bastante aquém do que estava à espera. A energia na voz de Jonathan Higgins que trespassa nas suas músicas e a criatividade que mostram nos seus vídeos deixam-nos a ideia de que é uma banda que vale a pena ver ao vivo, no entanto apesar de terem aparecido com trajes iguais e a parecer que tinham acabado de fugir da prisão para se refugiarem no calor dos aplausos do público que assistiu ao seu concerto, nem quando tocaram "MY KZ, UR BF" mostraram a vivacidade que o refrão transmite. De qualquer forma, é sempre bom conhecer uma banda ao vivo, nem que seja para evitar ter que fazer más escolhas no futuro!
Daqui parti em busca de algo mais mexido, a necessidade era muita. O palco optimus clubbing era o destino, TAI tinha acabado de tocar e quem entrava em palco era Spoek Mathambo, o que até me agradava ver, visto que não os apanhei numa das hardass sessions patrocinadas pela mesma Enchufada. A dupla de dj's e o black lá no meio com estilo metiam a fraca assistência a mexer-se, embora muitos estivessem sentados. Não pararam até à hora em que tiveram que abandonar o palco, e nesse momento também eu tive que abandonar para apanhar o que restava de Seasick Steve, que apesar de pouco foi talvez a revelação do festival. Seasick Steve fez-me sentir um verdadeiro redneck, não no sentido literla claro, mas imaginei-me de bigode e barba farfalhuda com um boné da John Deere e com o meu tractor ou pick-up a cruzar os terrenos desertos da América e a bater o pé ao som de country, com influências folk e blues. Sem dúvida, um dos melhores concertos que com muita pena minha não vi na totalidade.
Bombay Bycicle Club passou demasiado rápido por mim, assim com o Primal Scream, embora o que apanhei do concerto só possa descrever como genial, o público aderiu como era esperado e o palco superbock encheu para recordar Screamadelica. Fazia-se agora tempo para começar Foo Fighters, enquanto isso era a Enchufada que continuava a mandar sonoridades tropicais do clubbing e por onde eu deambulava.
Foo Fighters |
Avaliação: 8.5/10
Mesmo não sendo um grande fã destes senhores, não quis faltar a este concerto pelo David Grohl ex-membro dos Nirvana. No entanto, gostei. Gostei muito até. Óbvio que tenho algumas músicas de referência, mas fiquei surpreendido pela virtuosidade com que a "The Pretender" foi tocada, "Learn to Fly" também foi óptima, e "Times Like These" no encore fechou o set de cerca de duas horas. David Grohl esteve sempre imparável assim como o seu baterista para regozijo de um palco principal cheio.
Buraka Som Sistema |
Avaliação: 8/10
Este é daqueles concertos que por mais vezes que vejamos vale sempre a pena ver outro porque vai ser sempre bom. Apesar de não ter visto de inicio e ter perdido a "Hangover (ba ba ba)" não desanimei e aproveitei tudo o que Black Diamond deu, e como diz a Deize Tigrona "Aqui pra você" foi como Kalaf, Conductor e companhia estiveram para o público quando já no fim convidaram umas quantas meninas a subir ao palco para dançar ao "Sound of Kuduro"!
A partir daqui o ambiente amoleceu em vez de ter aquecido, Diplo começou com um set um tanto ou quanto calmo em comparação com o que tinha acabado de passar Buraka, então fiquei à espera que começasse Bloody Beetroots, o que também não foi nada de mais a meu ver, até porque já tinha visto na edição anterior deste festival.
O dia acabava e ia embora para casa a sentir que este dia tinha sido o menos bom até ao momento e só esperava pelo próximo visto que Fleet Foxes e Friendly Fires eram as principais bandas que eu queria ver. O que mais me entristece foi provavelmente não ter visto Iggy Pop. Embora não seja fã, é sempre história a passar à nossa frente como me disse o meu amigo Joaquim Quadros. O melhor terá que ser a actuação de Seasick Steve e a sua colecção de violas feitas de todos os materiais possíveis.
A parte 2 desta reportagem virá daqui a uns dias visto que agora já estou em modo de preparação para o próximo festival que começa já depois de amanhã, até lá cumprimentos Indi(e)ferentes!
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