July 13, 2011

DOCUMENTARY! Optimus Alive Festival 2011 Part 1

O Festival Optimus Alive 2011 realizou-se nos dias 6,7,8 e 9 de Julho no Passeio Maritimo de Algés, e contou com nomes bastante sonantes da música actual como Coldplay e Foo Fighters, como também da música de há uns anos atrás, como Blondie e Iggy Pop. Para quem esteve no festival sabe que a nivel musical é um dos melhores em Portugal visto que reúne as melhores bandas dentro dos estilos musicais que incorpora ou aquelas que mais cartas têm dado no ramo, exemplo disso, são bandas como Foals, James Blake, Buraka Som Sistema, Orelha Negra, Fleet Foxes ou Digitalis, que já contam com registos musicais bastante bons para a maturidade que têm como artistas e colectivos de artistas. Irei fazer uma simples reportagem daquilo que foram os dias do Indi(e)ferente pelo Optimus Alive '11 por isso cliquem em LER MAIS para saberem o melhor e o pior de cada dia, assim como a avaliação dos melhores actos de cada dia!


6 Julho

The Naked and Famous
Avaliação: 8/10
A apresentação de Passive Me, Agressive You foi bastante bem recebida pelo público. O palco superbock esteve mais cheio do que eu pensei que estaria para ouvir TNAF, o que só prova o hype que tem girado à volta destes moços, e moça. De facto, a fama deste  grupo tem vindo a aumentar exponencialmente desde que foram apresentados aqui no Indi(e)ferente quando ainda morava no Tumblr. Deste concerto pode dizer-se que começaram e acabaram bem, os quatro singles lançados com video foram os mais aplaudidos pelo público. "All of This" e "Punching in a Dream" abriram e "Girls Like You" e "Young Blood" fecharam.

O pouco que apanhei de Avi Buffallo teve tanto a ver com razões de prioridade musical como por me sujeitar a ter que ficar surdo com a voz um pouco esganiçada do rapaz assim como olhar para o seu traje muito pouco Long Beach. Twilight Singers foi o que me arrebatou ao palco principal, visto que Grouplove iria tocar a seguir. A energia e empatia dos Grouplove com o público é fenomenal, musicalmente não o consideraria o o melhor concerto e pior quando é marcado por problemas técnicos, mas isso também não é culpa deles. "Itchin on a Photograph" surgiu lá pelo meio e "Colours" fechou o óptimo concerto, agora era correr para o palco superbock onde começava James Blake.

James Blake
Avaliação: 9/10
Esta foi sem dúvida a surpresa do dia, como podem imaginar. Para quem conhece bem a música deste tímido rapaz, sabe que esta é um espelho dele próprio. Intima, tímida e com alma, a música vai surgindo aos nossos ouvidos como emoções no coração ou pensamentos na cabeça. Como já tinha referido antes noutro post, o pós-dubstep é o terreno base da música de Blake, mas se há pessoa que consegue mostrar mais coração e alma que música é ele, ou digam lá que os graves não vos fizeram sentir qualquer coisa cá dentro? "CMYK" não vos fez tirar os pés do chão? "Wilhelm's Scream" não vos pôs todos a cantarolar em coro? E quem é que ainda não conhece "Limit to your love"? Nunca imaginei que este tipo de música tivesse o impacto que teve num ambiente tão desadequado. Brilhante.

Quem vinha a seguir era Anna Calvi que mesmo depois de todo o hype em volta desta artista e da sua música, nunca lhe dei muito valor, e apesar de não ter visto o concerto inteiro, posso dizer que era uma opinião infundada de quem nunca viu esta senhora ao vivo. Com uma energia para dar e vender escondida pela figura frágil, abre o concerto com um solo de guitarra eléctrica que deixou o público a salivar pelo que viria a seguir. Para quem gostou deste concerto fiquem a saber que Calvi já tem concertos marcados para o Porto dia 12 no Hard Club e dia 13 em Lisboa no Lux.Com alguma pena minha tive que deixar este concerto porque outras prioridades se impunham, nomeadamente, Coldplay. A prioridade destes festival para muitos, que fizeram chegar a lotação do festival neste dia a cerca de 52 mil pessoas.

Coldplay
Avaliação: 8/10
Só para terem uma ideia o público de Coldplay quase que chegava ao Palco Optimus Clubbing, e isto é bastante mesmo. Era impossível furar, todos queriam ver Chris Martin de perto, ou não fosse esta uma das bandas mais conhecidas da actualidade e com um óptimo repertório de músicas. Apesar disto, confesso que só fui ver por ser uma oportunidade que tão cedo posso não voltar a ter e porque tinha que ouvir a "Clocks". Foi um concerto todo à espera do encore, passou "Yellow", passou "The Scientist" mas foi à "Clocks" que me rendi. O fogo de artificio e as bolas voadoras e saltitantes animaram o espectáculo e puxou ainda mais pelo público tornando o concerto de certa forma mais entusiasmante, pena não ter havido noutros concertos.

These New Puritans era o alvo agora, e após uma breve aparição em directo para a Sic Radical, deparei-me com uma plateia completamente despida, não éramos mais que 40 ou 50 pessoas, que assistíamos ao concerto mais intimista e ao mesmo tempo frenético e apoteótico deste festival.

Patrick Wolf
Avaliação: 7.5/10
A segunda surpresa da noite, o pouco que conhecia deste senhor não me inspirava que viesse a ser o espectáculo que foi. A sua excentricidade, o seu carinho pelo público, e a sua camisa preta com bolinhas brancas foram o que mais atraiu gente ao palco superbock. De facto, no inicio do concerto não eram muitos os que assistiam, mas à medida que o concerto foi decorrendo o palco superbock foi-se compondo e chegou ao fim com "The City" e com bastantes aplausos. Patrick Wolf teve ainda a gentileza de abrir o seu concerto com "Yellow", cover dos Coldplay que haviam acabado de tocar no palco optimus. 

Example era o último a tocar neste primeiro dia, e a variedade de estilos musicais, muitos deles do meu gosto pessoal como o Grime, Dubstep ou Hip Hop, não foram capazes de me agarrar neste concerto, visto que apesar dessa variedade há ali um travozinho a comum e mainstream que não me satisfaz muito. Chegava ao fim o primeiro dia, estava na hora de ir para casa e começar a pensar no melhor e pior deste dia. O melhor foi sem dúvida a surpresa musical de James Blake, o pior, e é sempre difícil dizer isto mas posso dizer que foi não ter visto Debbie Harris e os seus Blondie tocarem. Infelizmente, nestes festivais têm de ser feitas escolhas que nem sempre são as mais acertadas. Agora é dormir, porque amanhã espera por mim.

7 Julho

O segundo dia previa uma enchente com Foo Fighters como cabeça de cartaz. Mais uma vez comecei o frenesim de música no palco superbock a meio do concerto de Crocodiles. Vibrações psicadélicas combinadas com rock'n'roll surfista era como arrancava o dia, solarengo lá fora (da tenda claro). A seguir vinha um dos concertos que mais ansiava ver, Everything Everything.

Everything Everything
Avaliação: 6.5/10
Foi um concerto bastante aquém do que estava à espera. A energia na voz de Jonathan Higgins que trespassa nas suas músicas e a criatividade que mostram nos seus vídeos deixam-nos a ideia de que é uma banda que vale a pena ver ao vivo, no entanto apesar de terem aparecido com trajes iguais e a parecer que tinham acabado de fugir da prisão para se refugiarem no calor dos aplausos do público que assistiu ao seu concerto, nem quando tocaram "MY KZ, UR BF" mostraram a vivacidade que o refrão transmite. De qualquer forma, é sempre bom conhecer uma banda ao vivo, nem que seja para evitar ter que fazer más escolhas no futuro!

Daqui parti em busca de algo mais mexido, a necessidade era muita. O palco optimus clubbing era o destino, TAI tinha acabado de tocar e quem entrava em palco era Spoek Mathambo, o que até me agradava ver, visto que não os apanhei numa das hardass sessions patrocinadas pela mesma Enchufada. A dupla de dj's e o black lá no meio com estilo metiam a fraca assistência a mexer-se, embora muitos estivessem sentados. Não pararam até à hora em que tiveram que abandonar o palco, e nesse momento também eu tive que abandonar para apanhar o que restava de Seasick Steve, que apesar de pouco foi talvez a revelação do festival. Seasick Steve fez-me sentir um verdadeiro redneck, não no sentido literla claro, mas imaginei-me de bigode e barba farfalhuda com um boné da John Deere e com o meu tractor ou pick-up a cruzar os terrenos desertos da América e a bater o pé ao som de country, com influências folk e blues. Sem dúvida, um dos melhores concertos que com muita pena minha não vi na totalidade. 
Bombay Bycicle Club passou demasiado rápido por mim, assim com o Primal Scream, embora o que apanhei do concerto só possa descrever como genial, o público aderiu como era esperado e o palco superbock encheu para recordar Screamadelica. Fazia-se agora tempo para começar Foo Fighters, enquanto isso era a Enchufada que continuava a mandar sonoridades tropicais do clubbing e por onde eu deambulava.

Foo Fighters
Avaliação: 8.5/10
Mesmo não sendo um grande fã destes senhores, não quis faltar a este concerto pelo David Grohl ex-membro dos Nirvana. No entanto, gostei. Gostei muito até. Óbvio que tenho algumas músicas de referência, mas fiquei surpreendido pela virtuosidade com que a "The Pretender" foi tocada, "Learn to Fly" também foi óptima, e "Times Like These" no encore fechou o set de cerca de duas horas. David Grohl esteve sempre imparável assim como o seu baterista para regozijo de um palco principal cheio.



Buraka Som Sistema
Avaliação: 8/10
Este é daqueles concertos que por mais vezes que vejamos vale sempre a pena ver outro porque vai ser sempre bom. Apesar de não ter visto de inicio e ter perdido a "Hangover (ba ba ba)" não desanimei e aproveitei tudo o que Black Diamond deu, e como diz a Deize Tigrona "Aqui pra você" foi como Kalaf, Conductor e companhia estiveram para o público quando já no fim convidaram umas quantas meninas a subir ao palco para dançar ao "Sound of Kuduro"!


A partir daqui o ambiente amoleceu em vez de ter aquecido, Diplo começou com um set um tanto ou quanto calmo em comparação com o que tinha acabado de passar Buraka, então fiquei à espera que começasse Bloody Beetroots, o que também não foi nada de mais a meu ver, até porque já tinha visto na edição anterior deste festival. 
O dia acabava e ia embora para casa a sentir que este dia tinha sido o menos bom até ao momento e só esperava pelo próximo visto que Fleet Foxes e Friendly Fires eram as principais bandas que eu queria ver. O que mais me entristece foi provavelmente não ter visto Iggy Pop. Embora não seja fã, é sempre história a passar à nossa frente como me disse o meu amigo Joaquim Quadros. O melhor terá que ser a actuação de Seasick Steve e a sua colecção de violas feitas de todos os materiais possíveis.

A parte 2 desta reportagem virá daqui a uns dias visto que agora já estou em modo de preparação para o próximo festival que começa já depois de amanhã, até lá cumprimentos Indi(e)ferentes!

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